segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Poema de Natal


O poema que se segue não está completo.
É, pois, um convite à (re) descoberta do autor…
Feliz Natal

Paula Ferrão



SEXTILHAS A UM MENINO JESUS DE ÉVORA

Num convento solitário
De Évora, cidade clara,
Claro celeiro de pão,
Existe uma imagem rara
Obra dum imaginário
Dos tempos que já lá vão...

É um Menino Jesus,
De bochechinha brunida
Cor de maçã camoesa,
Mas no seu rosto transluz
Uma expressão dolorida
Que enche a gente de tristeza...

De tantíssimas imagens,
Nenhuma vi que mais prenda,
Que maior ternura expanda,
Com suas calças de renda,
Seu vestido de ramagens,
- E coroa posta à banda...


Augusto Gil

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

NATAL

Tu que dormes a noite na calçada de relento
Numa cama de chuva com lençóis feitos de vento
Tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento
És meu irmão amigo
És meu irmão

E tu que dormes só no pesadelo do ciúme
Numa cama de raiva com lençóis feitos de lume
E sofres o Natal da solidão sem um queixume
És meu irmão amigo
És meu irmão

Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser Natal é em Setembro
É quando um homem quiser Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher

Tu que inventas ternura e brinquedos para dar
Tu que inventas bonecas e combóios de luar
E mentes ao teu filho por não os poderes comprar
És meu irmão amigo
És meu irmão

E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei
Fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei
Pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
És meu irmão amigo
És meu irmão

Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher

José Carlos Ary dos Santos

Carta ao Pai Natal


Évora, 12 de Dezembro de 2008

Querido Pai Natal:

Este ano, fiz todos os possíveis para, agora, no Natal, te poder pedir os meus três desejos. Foi muito difícil para mim conseguir portar-me bem. Mas penso que todo este esforço vai dar frutos, não achas? Vou agora revelar-te a minha lista de desejos:
O primeiro desejo é um que eu formulei logo a seguir ao Natal passado e que penso que a todos interessa, que é a paz mundial, ou seja, que as guerras acabem e que todos os homens se juntem para festejar esta quadra tão importante, em alegria.
O segundo desejo é bem especial e penso que até tu o tens também, visto que a tua barriga é moderadamente grande: poder comer as guloseimas todas que eu quiser sem engordar, nem ficar com os dentes a doer.
Por último, gostaria que todas as crianças tivessem uma família que as amasse e protegesse, para que no futuro se sentissem felizes e conseguissem fazer felizes também os seus descendentes.
Agora que já expus as minhas ambições, fico à espera, ansiosamente, que tu consigas satisfazê-las. A propósito, Feliz Natal!!!
Um abraço do teu amigo:

Miguel Ferrão, 7ºD.

Os Jovens são a esperança do futuro


Os Jovens são a esperança do futuro

Cada vez mais as nossas futuras gerações vêm a degradar-se e a cair em decadência, pensemos então…
É este o futuro que queremos para o nosso mundo?
Os jovens dos nossos dias serão os adultos do dia de amanhã, temos de ensiná-los a pescar por eles mesmos, ou nunca apanharão o seu próprio peixe. E morrerão famintos na primeira ocasião.
Vejamos os macacos, cuidam das suas crias, alimentam-nas, protegem-nas e dão-lhes amor; em geral, o que fazemos aos nossos filhos. Mas a dada altura eles mesmos ensinam as suas crias a “baloiçar” sozinhas nas líanas e a sobreviverem por si mesmas.
Seremos nós capazes de preparar a esperança do nosso futuro e não deixá-la seguir caminhos errados?
Como diz o ditado: Se vires alguém com fome podes dar-lhe um peixe e matar-lhe-ás a fome por um dia; poderás dar-lhe dois peixes e matar-lhe-ás a fome por dois dias; poderás dar-lhe uma carga inteira de peixe e durante um ano inteiro não sentirá fome. Mas se o ensinares a pescar desde o início, nunca mais te preocuparás com essa pessoa.

Susana Barradas
Nº24 11ºCT1

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O meu animal de estimação


"Tico:

— A água estará muito fria?"

por Miguel Ferrão

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"O Árabe dos novos tempos..."
por Susana Barradas
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" Por agora o espírito natalício encontra-se em repouso"

por José Chorão

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"Ternuras..."

por Vera Simões

GAZETA

Já saiu a Gazeta!

Não se vende, mas pode consultar-se.
É a nº 3 , série III e a 1ª deste ano lectivo. Lê , colabora.

Para isso basta clicar no lado superior esquerdo do nosso blogue.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O Tesouro, Eça de Queirós

Não, não são cenas impróprias para uma escola...
Trata-se de mais uma leitura dramatizada, a conclusão de O Tesouro: o momento em que o mano Rui deitou tudo a perder. "Quem tudo quer tudo perde"...

"O tesouro ainda lá está, na mata de Roquelanes." Eça de Queirós



Rui, Guanes e Rostabal. Três irmãos famintos e sem carácter, algures no Reino das Astúrias.

Encontram na mata um tesouro e… três chaves.

O que acontece, tendo o ouvinte como pista alguns traços de carácter destes três irmãos?

O que aconteceu a Guanes já os ouvintes de 5 Dedos de Conversa, à volta da mesa, puderem ouvir e… "ver".

A leitura deste conto de Eça de Queirós, intitulado O Tesouro, ocorreu hoje, dia 10 de Dezembro e terá continuação na próxima 4ª, às 9.45.

Uma iniciativa 5 Dedos de Conversa, da Bibliofaria.

Lá vos esperamos e aqui esperamos os vossos comentários sobre aquilo que viram e ouviram!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

O meu animal de estimação

E que tal um concurso via blogue com os vossos animais de estimação?

Basta enviares uma imagem do teu animal de estimação, acompanhado de uma legenda sugestiva (pode ser apenas uma frase ou um pequeno texto).

Envia a imagem e o texto em anexos separados para:

bibliofaria@gmail.com

A seguir, todos podem votar na postagem mais criativa ou interessante, bastando para isso enviar um comentário - dizendo “voto em ti” - para o trabalho que mais gostarem.

Este concurso dirige-se a toda a comunidade educativa (alunos, professores e funcionários), basta ter um animal de estimação!

O mais votado receberá um prémio!

Desde hoje até 18 de Dezembro (último dia de aulas deste período).

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

1º de Dezembro

E, se não tivesse havido o 1º de Dezembro de 1640? Estaríamos a falar castelhano ou a contestar o poder de Madrid, como fazem tantos catalães, bascos e galegos?

Neste dia, o rei de Portugal era o mesmo de Espanha. Em 1580, Filipe II de Espanha e primeiro de Portugal, tinha prometido conservar as leis, a língua e os costumes de Portugal. Mas, no século XVII, já estava em curso uma maior integração e um projecto de transformar o nosso país numa província. Em 1640, meses antes de Dezembro, tinha rebentado uma revolta em Barcelona, conhecida por ser a revolta de “Els Segadors” (à letra, os ceifeiros), descrita pelo português, mas em língua castelhana, D. Francisco Manuel de Mello, que ainda teve problemas por defender a nacionalidade portuguesa.

Com a revolta da Catalunha, os portugueses conseguiram consolidar a resistência, formar um exército, construir muralhas, visto que as forças espanholas estavam concentradas ali. Évora também sofreu com a ocupação pelo exército de D. João de Áustria.

Mas já em 1637 tinha havido uma revolta popular em Évora, que Severim de Faria tão bem descreve. Repare-se no que se passou, a partir da Praça Grande, hoje Praça do Giraldo:

Choveram no mesmo instante pedras nas janelas e casas do Corregedor, despedidas dos rapazes e pícaros da Praça, os quais, animados com a assistência do Povo, subiram acima e botaram na Praça, furiosa e confusamente, quanto acharam nas mesmas casas do Corregedor e, fazendo uma fogueira defronte delas, se pôs fogo a tudo.Escondeu-se o Corregedor em uns entre-solhos. E, sendo pouco depois achado pelos rapazes, passou aos telhados por uma fresta [...] se recolheu desairoso às casas do Cónego [...], que estão paredes meias com as suas. [...]Continuou a fúria do Povo amotinadamente pela Cidade e entrando em casa de Luís de Vila Lobos, logo na de Manuel de Macedo e de Agostinho de Moura, actuais vereadores, que já esta­vam escondidos, lançaram tudo o que havia nestas casas pelas janelas à rua, e grande parte se trouxe à fogueira que na Praça ardia. E ainda que estes vereadores não haviam entrado na nova diligência de inventariar as fazendas, tinham o ano passado dado consentimento a um novo tri­buto de um real por cada canada de vinho, e outro por cada arrátel de carne, que se vendessem pelo miúdo na Cidade, e porque logo então o Povo replicou, e não consentiu nestes novos reais, a que chamavam de água, executou agora nas casas dos ditos vereadores o ódio que desde aquele tempo havia concebido contra eles. E, querendo declarar mais como não consentira nunca aquele tributo do real de água, foi o mesmo Povo ao açougue e fez em rachas as balan­ças, porque as carnes se arrolavam para este tributo; e correndo às casas dos escrivães, trouxe a queimar na fogueira da Praça todos os livros e papéis que entendeu tocavam ao inventário das fazendas, ao tributo do real de água e também à quarta parte do Cabeção Geral, que o ano passado se havia imposto e em que o Povo do mesmo modo não consentia.Notou-se que em todos estes acontecimentos não houve ânimo nenhum de se furtar cousa alguma; tudo o que se achou nestas casas ou veio à fogueira da Praça ou saiu em pedaços pelas janelas, e tanto assim que até umas panelas de doces, que estavam em casa do Corregedor, vie­ram à mesma fogueira, sem haver quem lhes tocasse para outro efeito.Foi este dia de grandíssima confusão nesta Cidade, e quase do mesmo modo os três ou qua­tro que se lhe seguiram, porque esta parte vil do Povo, que foi só que se moveu, amotinada em vários troços, andava furiosa de dia e de noite, corria e apedrejava as casas daqueles que nas ocasiões dos tributos se haviam mostrado menos zelosos do bem comum, e, como as justiças não apareciam e os nobres recearam que, se resistissem a este ímpeto, o poderiam acrescentar, acu­mulando-se de novo nos pícaros e maganos, a outra parte melhor do Povo, que não estava declarada, era tudo horror tudo confusão: o Povo se apelidava o Povo se ouvia e, sem ordem nem concerto, o Povo dispunha e executava. [.1Seguiu quase todo o Alentejo e o Reino do Algarve, e ainda alguns lugares da Beira, o exem­plo de Évora, e sucessivamente se foram levantando com os tributos do real de água e quarta parte do cabeção; e dos lugares maiores só Elvas, Moura e Estremoz ficaram quietos, e os demais foram os movimentos da mesma qualidade que em Evora, mais ou menos segundo a oca­sião do ímpeto, prudência das justiças e resistências dos nobres, que em toda a parte se opuse­ram a estes motins. Lugares houve em que vieram a fogueiras públicas os cartórios civis e cri­mes dos escrivães, em que não havia nada que pertencesse nem a tributos nem a inventários das fazendas.

Manuel Severim de Faria,«Relação do que sucedeu em Portugal, e nas mais províncias do Ocidente desde 1637 até Março de l638», in Alterações de Évora, int. e notas de Joel Serrão, Portugália, Lisboa, 1967, pp. 137-142.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Um Problema Universal


Taran-Taran-Taran!- Uma mão saía debaixo dos lençóis emaranhados em direcção ao despertador. Encandeada com os pequenos feixes de luz que irradiavam pela janela, Sofia levantou-se e dirigiu-se, a custo, para a casa-de-banho. Preparou-se e desceu para tomar o pequeno almoço com os restantes familiares, que já se encontravam na cozinha.
-Bom dia! – Saudou, dando um pequeno beijo na bochecha dos seus pais.
-Bom dia, Sofia.
Sentando-se para tomar a sua refeição matinal, vai ouvindo o noticiário da manhã: (…) ora hoje o dia 16 de Novembro, dia Internacional para a Tolerância, tem sido bastante conturbado e “negro” para a Casa Branca. Visto que o presidente Barack Obama tem sido alvo de grande discriminação e agressão verbal por parte da população e mesmo dos políticos(…)”
-Que horror… - Comentou a mãe de Sofia – Não bastam os escândalos políticos e os media também ajudam à festa! Que intolerância.
Toc-Toc-Toc! – Soou a porta.
-São a Sara e a Teresa, tenho de ir andando para a escola, até logo.
-Ouviram as notícias de manhã? - Perguntou Sofia - Não há compreensão nem tolerância.
-Hoje, antes de irmos ter contigo, vimos um menino pequeno a levar pancada por causa da sua cor ser diferente.
-A intolerância é algo extremamente insensata contra a qual todos devíamos lutar. – Disse Teresa
-Concordo! Vamos fazer isso hoje na escola…- Concluiu Sara
As três amigas caminharam juntas discutindo a melhor forma de resolver o problema em mãos.


Susana Barradas
Nº24 11ºCT1

terça-feira, 25 de novembro de 2008

“ A animação Sociocultural dos nossos avós”


Alunos à porta da Sociedade Operária

Joaquim António D’ Aguiar




( Baile dos anos 60 na Sociedade Harmonia Eborense)



No âmbito da disciplina de Animação Sociocultural, do Curso Profissional de Animador Sociocultural, estamos a desenvolver um Projecto sobre a Animação Sociocultural dos nossos avós, sob a orientação do Senhor Professor António Cravo.
Até à presente data a nossa turma (1º ano ASC), já visitou três sociedades Recreativas da nossa cidade. A 1ª visita foi à Sociedade Harmonia Eborense. Nesta fomos recebidos pelo Sr. Nuno Belo que nos conduziu às instalações da Sociedade e nos explicou como esta funciona desde a sua fundação. O Sr. Nuno Belo também nos explicou como se processava a actividade social da Sociedade no tempo dos nossos avós, mostrou igualmente fotografias de bailes que se realizavam nessa época, na Sociedade, fotografias de Carnaval, e outras igualmente ilustrativas daquele tempo.
No dia 24 de Outubro, saímos para visitar a Sociedade União Eborense – “Bota Rasa”. Fomos recebidos pelo presidente da colectividade, Sr. António Luz que nos contou a história da Sociedade. Das suas palavras ficámos a perceber que esta Sociedade, ao longo da sua existência, desenvolveu actividades culturais muito interessantes, entre outras curiosidades contadas, o Senhor António Luz, disse-nos que a alcunha “Bota Rasa” pela qual muita gente identifica a Sociedade, deve-se ao facto de, no Século XIX, os grupos socioprofissionais mais numerosos que frequentaram a Sociedade, serem os proprietários lavradores e os Militares, que usavam botas de tacão raso, próprias para montar a cavalo.
No passado dia 31 voltámos a sair com o nosso professor para visitar a Sociedade Joaquim António D’Aguiar. Nesta Sociedade fomos recebidos pelo Sr. João Bilou, que nos explicou de forma muito clara toda a história da Sociedade, bem como era a Animação Sociocultural no tempo dos nossos avós nesta Sociedade.
Para concluirmos esta 1ª fase do Projecto – recolha de informação - estão planeadas mais duas saídas, uma à Sociedade Dramática Eborense e outra ao Inatel.

(Grupo de crianças dos anos 60 mascarados)

As alunas:

Ana Marcão Nº2

Vanessa Lopes Nº20

CSI- Calhamaços sob Investigação

CSI é um enigma literário. Tem por objectivo descobrires o livro e o seu autor.

Para isso, dar-te-emos pistas sobre o Calhamaço, o autor....

(A base de dados, as estantes da Biblioteca e a net poderão também ser uma ajuda...)

E no fim, podes habilitar-te a um prémio CSI.




Muito, muito importante:

Quando descobrires o livro e o autor, escreve a resposta numa folha e coloca-a na Biblioteca, na caixa CSI, até 15 de Janeiro de 2009.

Não te esqueças de te identificar (nome, nº e turma) e de colocar a data de entrega.

O primeiro a entregar a resposta certa ganha um prémio!


Sobre o autor:

O segundo nome deste conceituado autor é IGNATIUS.

Nasceu em 1859 e morreu em 1930.

Ficou conhecido sobretudo pelos seus romances mas também escreveu contos, ensaios, panfletos, poemas, peças de teatro...

Uma das suas personagens atingiu tanta celebridade que, além de ganhar vida no cinema, deu origem a protestos e manifestações de rua após o autor a ter morto. Resultado: o escritor teve de ‘ressuscitar’ a personagem.

Esta personalidade, além da actividade literária, distinguiu-se na sociedade, tendo sido nomeado cavaleiro, devido à sua participação na Guerra Bóer como cirurgião.


Sobre a obra:

Tudo está ligado a um solar amaldiçoado.

Além do solar, há também um animal que dizem que é do Diabo e que o fogo lhe sai dos olhos e da boca.

Mais: todos os que passeiam perto daquela casa são mortos.

Hugo, Henry, Charles são alguns dos nomes das personagens intervenientes.

Há ainda raparigas raptadas, bilhetes amaldiçoados, uma bota desaparecida e estranhos choros durante a noite...

Peditório para assinalar o dia Mundial da SIDA integrado nas actividades do GPS


No âmbito do Dia Mundial da Luta Contra a SIDA, vai realizar-se na Escola Secundária Severim de Faria, um peditório nos dias 2 e 3 de Dezembro de 2008 que reverterá a favor da ABRAÇO- Associação de Apoio a Pessoas com VIH/SIDA. Este peditório será efectuado, pelos alunos do Curso Tecnológico de Acção Social em colaboração com o Gabinete de Educação para a Saúde (GPS), durante os intervalos em determinados locais da escola.

Adília Condeço (coordenadora do Projecto de Educação para a Saúde)

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Elaboração de um final diferente para a obra O Meu Primeiro D. Quixote.




Após a leitura da obra O Meu Primeiro D. Quixote, de Miguel de Cervantes, traduzido por Alice Vieira, ocorreu-me a ideia de elaborar um final diferente para a mesma. Ei-lo:

“O repto obrigava o vencido a abandonar a vida de cavaleiro andante.”…
A luta estava renhida, mas era o tal cavaleiro da Branca Lua que estava a dominar.
Quando este estava prestes a ganhar, D. Quixote bateu, com a sua lança, a toda a velocidade, contra o corpo do cavaleiro da Branca Lua, e este caiu por terra.
Então, D. Quixote continuou as suas aventuras, até que encontrou o malvado bruxo, que tinha lançado o feitiço à pobre Dulcineia. Assim, iniciaram uma terrível luta. No meio de tantos feitiços e golpes certeiros, D. Quixote, com a sua espada, atingiu o braço do bruxo, que ficou a sangrar.
Sem mais nenhuma solução, o bruxo, não teve outro remédio senão entregar a poção para transformar Dulcineia em princesa.
Quando D. Quixote e seu amo chegaram junto das três camponesas, D. Quixote deu a poção para Dulcineia tomar, e, quando a tomou, transformou-se na mais bela das princesas. Como sobrou um pouco, outra camponesa tomou-o e também se transformou numa linda princesa. Os dois apaixonaram-se pelas suas princesas, tal como as princesas se apaixonaram por eles.
E, com a magia do amor no ar, a última camponesa transformou-se num palácio para os apaixonados viverem.

Miguel Ferrão 7ºD

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Escritas solitárias

Há por aí muito mais gente a escrever do que se pensa. Há alunos e antigos alunos, que continuam a fazer parte da casa, e que escrevem em papel, em blogues. Há histórias, reflexões, imagens originais que vale a pena serem conhecidas. Há quem leia o que outros escrevem e não são assim tão poucos.
Escrevam para este blogue. Temos coisas a dizer uns aos outros.

Odisseia, de Homero


Terminou hoje a narração, com bonecos "animados", de um excerto da Odisseia. Os heróis (Polifemo = transformer) versus Ulisses (=Robin dos Bosque da Playmobil). Vencedor: obviamente Ulisses!
O que gostaram mais os ouvintes? De que momento da história? Dos heróis ? Da leitura? Das palavras? Do estilo de escrita?
Ficam aqui as perguntas à espera de respostas...

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Todos nós temos os nossos pequenos tesouros... Remexendo nas minhas pastas fui encontrar os
OS DIREITOS INALIENÁVEIS DO LEITOR

1.- O direito de não ler.
2- O direito de saltar páginas.
3- O direito de não acabar um livro.
4- O direito de reler.
5- O direito de reler não importa o quê.
6- O direito de amar os heróis dos romances.
7- O direito de ler não importa onde.
8- O direito de saltar de livro em livro.
9- O direito de ler em voz alta.
10- O direito de não falar do que se leu.PENNAC, D. (2002).

Como um Romance. Porto: Edições Asa

Henriqueta

A turma


Vem este texto a propósito de um filme que vi há pouco tempo: "A turma" de Laurent Cantet, vencedor da Palma de Ouro do último Festival de Cinema de Cannes. Se isso já é justificação óbvia para nos convencer, o argumento não o é menos.
É-nos apresentada uma turma francesa de 9º ano, cujos alunos têm origens étnicas diferentes. Tudo se passa dentro da escola, dentro da sala de aula, onde surgem problemas, conversas,aquilo que todos nós conhecemos e que, por vezes, pensamos que é só nosso. Desenganem-se! Entre a escola francesa e a portuguesa não há assim tantas diferenças!
Deixo algumas palavras do realizador e um conselho: não percam! "Este filme não é um documentário, não procurei dar uma imagem global da Escola, mas contar o que se passa nesta turma entre este professor e estes 25 alunos. Quis também escolher os momentos em que há tensão, diálogo" E mais não digo! Melhor mesmo, é ver!

Margarida Varela

domingo, 16 de novembro de 2008

A Tolerância?

A Tolerância?

A Tolerância pode-se usar como prudência;
Para evitar conflitos,
Por vezes, entre pobres e ricos.
Também há o indiferentismo,
Na cultura e no racismo.
Às vezes é porque ninguém dá o braço a torcer,
E é aí que a Tolerância e o indiferentismo voltam a aparecer.

Cada um tem a sua opinião,
Todos têm o direito de errar e dizer não,
Por vezes, um acha que a sua opinião é a verdadeira,
Mas de qualquer maneira
Não pode dizer que a do outro é mentira,
Mas o orgulho ninguém lhes tira,
Mas como não temos fundamentos para demonstrar isso,
Temos que aceitar a opinião um do outro e fazer o que é preciso.

A Tolerância como culto de diferenças, é respeitar a decisão
E também a sua opinião,
Mesmo que seja judeu ou cristão.

Alguns são discriminados por serem homossexuais,
Mas quando nascemos somos todos iguais;
Todos têm o direito de escolher
E ninguém tem que responder.

Temos que ser respeitados e saber respeitar,
Este é o provérbio que ninguém sabe utilizar.




Nicoleta Bianchi
11º AS nº22

sábado, 15 de novembro de 2008

Os limites da tolerância

Os limites da tolerância

Imaginemos um sujeito. De cor negra, de preferência, ou, como algumas pessoas ainda insistem, preto. Um imigrante, de origem africana, ainda com as suas dificuldades na língua portuguesa. O nome não importa, importa sim visualizar a pessoa.
É uma pessoa tal como todas as outras pessoas, um ser humano, com um coração, um corpo e uma mente consciente incluída no pacote. No entanto, parece haver ainda quem não o veja como tal. Quem se comporte como se, mesmo que humanos, fossem de qualidade inferior, como quem compara um perfume barato a um Chanel.
Porém, imaginemos agora que esse mesmo indivíduo se revela portador de uma cultura que lhe permite, por exemplo, poligamia. E mesmo que a lei do país não permita, ele continua a ter mais do que uma mulher, apenas porque “é a cultura dele”.
É preciso tolerância, certo. É preciso haver solidariedade com todos, é mais do que necessário que ambos os lados da discriminação sejam alterados (porque do outro lado também há). Só não se podem tolerar todos os excessos e libertinagens de todos. Há que ter conta, peso e medida, evitar que os direitos de alguns atropelem outros.


Carla Lourenço
Nº5 11ºCT1


Locke, John (1632-1704)A second letter concerning toleration : licensed, June 24. 1690.London : Printed for A. and J. Churchill, 1690.


Voltaire - Traité sur la tolérance (1763).

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Dia Internacional da Tolerância

Dia Internacional para a Tolerância
16 de Novembro


No próximo dia 16 de Novembro de 2008, irá celebrar-se o Dia Internacional para a Tolerância. A tolerância… estamos constantemente a ouvir falar dela, mas nunca parámos um pouco para pensar o que afinal significa esta palavra com uma imagem acústica que nos enche os ouvidos. Estou sempre a ouvir “olha tu não sejas intolerante comigo que eu não sou os teus amigos”, protesta a minha avó, ou então “olha que eu não tolero faltas de respeito”, reclama a minha mãe.
No nosso quotidiano deparamo-nos com casos de tolerância que ocorrem à nossa volta, mas que nem damos por eles; quantas vezes não vimos já nas ruas ou na televisão casos de pessoas pobres que precisam de alguém que os auxilie e os proteja, principalmente nas épocas de maior frio em que a fragilidade é ainda superior.
A tolerância, tal como tudo, tem o reverso da medalha, o seja, também devemos ser intolerantes em situações como a agressão, por exemplo, pois nada se resolve com agressões nem conflitos.
É por tudo isto que neste dia que se avizinha todos devemos ser tolerantes para com os que nos rodeiam.




Ana SoutoNº. 2 11º CT1

LIBERDADE É DIZER SIM À TOLERÂNCIA!

LIBERDADE É DIZER SIM À TOLERÂNCIA!

É certo que as pessoas não o entendem, mas ninguém é escravo de ninguém, e todos merecemos liberdade. Todos temos o direito a respirar, a falar; todos temos o direito a ser livres.
Somos todos diferentes, mas ao mesmo tempo todos iguais, pois não importa a raça, a religião, porque assim seremos felizes.
É preciso haver confiança, amor, amizade, compaixão, é preciso haver união no mundo inteiro.
É preciso dizer SIM à tolerância!
Viva o dia 16 de Novembro, viva o Dia Mundial da Tolerância.

Margarida Aleixo de Oliveira, 11º AS

16 DE NOVEMBRO: DIA INTERNACIONAL PARA A TOLERÂNCIA


16 DE NOVEMBRO: DIA INTERNACIONAL PARA A TOLERÂNCIA


A propósito do Dia Internacional para a Tolerância, resolvi contar uma história verídica.
No ano lectivo de 2001/02, o Governo Português ofereceu uma bolsa de estudo para estudantes timorenses virem para a Universidade, em Portugal.
Só que primeiro tinham que fazer um ano de preparação com um curso intensivo de Língua Portuguesa, entre outras áreas. Veio um grupo para Évora, estudar na nossa Escola, e a minha mãe foi professora deles.
Como não tinham cá família, afeiçoaram-se bastante aos professores. Eram muito simples e respeitadores. Uns eram mais trabalhadores, outros menos. Alguns não resistiram às saudades do seu país e desistiram.
Dos que ficaram, um tornou-se mais ligado a nós: o António Boquifai. De vez em quando, ia almoçar a nossa casa, íamos à missa juntos…
Entretanto, ele foi tirar o Curso de Enfermagem para Beja, na Escola Superior de Educação. Antes de partir de Évora, ele e outros colegas, fizeram uma festa para os professores, com música tradicional de Timor. Também nos ofereceu um cachecol típico de lá.
A partir daí, estivemos sempre em contacto, por E-Mail. Quando se sentia mais sozinho, dávamos-lhe sempre uma palavra de conforto. Sentíamo-nos «responsáveis» por ele, como no livro O Principezinho.
Num ano, ele conseguiu juntar dinheiro e foi passar o Natal a Timor. Então, eu fiz uma recolha nos meus brinquedos e livros para ele levar para os irmãos mais pequenos.
Acabou o Curso há pouco tempo, com grande esforço. Agora, regressou, para ajudar a reconstruir o seu país.
Até sempre, António Boquifai!

Miguel Ferrão 7ºD

Dia Internacional da Tolerância



16 de Novembro:
Dia Internacional para a Tolerância

Alguns testemunhos dos alunos do 11º ano, a partir de uma proposta das professoras de Português:
- Ana Paula Ferrão,
- Cidália Gil,
- Francisca Ramalho,
- Paula Carvalho e
- Paula Vidigal.
No Departamento de Línguas Novilatinas e Clássicas, decidimos, este ano, celebrar as efemérides que, de algum modo, contribuem para uma reflexão de âmbito cultural, despertando os alunos para variadíssimas temáticas que com esta se prendem.
Assim, coube aos alunos do 11º ano a elaboração de textos orientados, tendo como fonte de inspiração o Dia Internacional para a Tolerância, que se comemora a 16 de Novembro.
Valores como a solidariedade, a entreajuda, a amizade, o repúdio pela discriminação nas suas múltiplas formas, foram abordados ao sabor das sensibilidades e da inspiração…
Eis alguns testemunhos.
Merece a pena uma leitura atenta.

Professora Paula Ferrão.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Ulisses contra Polifemo


Se ontem se contou a lenda de S.Martinho, hoje, nos 5 Dedos de Conversa, foi a vez da Odisseia, de Homero. O herói foi Ulisses que se livrou, astutamente, do ciclope Polifemo.
Quem lá esteve pode deixar aqui os seus comentários!

Boa Viagem, Teresa!

Ontem foi dia de S.Martinho. Comemorá-mo-lo na Biblioteca, recontando a lenda. Esperamos aqui os jovens repórteres da Severim que divulgarão , em breve, a actividade.
Antes disso queremos saudar e desejar boa sorte à Teresa Canelas (7º B) que deixou Évora e neste momento vai a caminho dos USA.
Good Luck in California!!!!!!!!!

(Será que nos USA também se conta a lenda do S.Martinho?)

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Daniel Sampaio em Évora

imagens em http://danielsampaio.no.sapo.pt/livros.html

Da Biblioteca Pública de Évora recebemos a seguinte mensagem:


Daniel Sampaio volta à BPE, desta vez para apresentar a sua nova obra, "A razão dos avós", um livro que coloca uma série de questões relacionadas com a família, que não podem ser ignoradas nos tempos que correm.

É no próximo dia 20 de Novembro, quinta-feira, pelas 21.00 horas que Daniel Sampaio vai estar em Évora para falar acerca do seu mais recente livro. Debruçando-se sobre a diversidade actual dos modelos familiares, o reputado psiquiatra e escritor questiona se fará sentido continuar a falar da importância da família e, entre outras interrogações, discorre acerca de qual o papel dos avós: transmissores de afectos sem regras ou, pelo contrário, a garantia de continuidade da família? Como se pode educar nos tempos de hoje, em que alguns reclamam mais autoridade e outros parece recearem a palavra?

Daniel Sampaio esteve há bem pouco tempo em Évora, a convite da Biblioteca Pública, a propósito da actividade de divulgação científica Leituras das Ciências, Artes e Sociedade, onde deixou recomendações de leituras relacionadas com a sua área profissional (que podem ser consultadas em http://www.evora.net/BPE/Actividades/Leituras/Guias/Guia%20_leitura[DS].pdf ).

A apresentação está a cargo de Luísa Grácio, docente do Departamento de Psicologia da Universidade de Évora.

Daniel Sampaio nasceu em Lisboa em 1946 e tem-se dedicado ao estudo dos problemas dos jovens e das suas famílias, através de trabalhos de Investigação na área da Psiquiatria e da Adolescência. Conta já com uma considerável obra editada, tendo escrito livros como "Vagabundos de nós" e "Invente-se novos pais".

A sessão é de entrada livre, embora esteja sujeita a marcação. Para reservar o seu lugar basta inscrever-se on-line no sítio da BPE.

Para a Minha Irmã


Editor: Livraria Civilização Editora
ISBN: 9789722623704
Ano de Edição/ Reimpressão: 2006
N.º de Páginas: 408
Encadernação: Capa mole
Dimensões: 16 x 24 x 3 cm


Sinopse

Os Fitzgerald são uma família como tantas outras e têm dois filhos, Jesse e Kate. Quando Kate chega aos dois anos de idade é-lhe diagnosticada uma forma grave de leucemia. Os pais resolvem então ter outro bebé, Anna, geneticamente seleccionada para ser uma dadora perfeitamente compatível para a irmã. Desde o nascimento até à adolescência, Anna tem de sofrer inúmeros tratamentos médicos, invasivos e perigosos, para fornecer sangue, medula óssea e outros tecidos para salvar a vida da irmã mais velha. Toda a família sofre com a doença de Kate. Agora, ela precisa de um rim e Anna resolve instaurar um processo legal para requerer a emancipação médica - ela quer ter direito a tomar decisões sobre o seu próprio corpo. Sara, a mãe, é advogada e resolve representar a filha mais velha neste julgamento. Em Para a Minha Irmã muitas questões complexas são levantadas: Anna tem obrigação de arriscar a própria vida para salvar a irmã? Os pais têm o direito de tomar decisões quanto ao papel de dadora de Anna? Conseguimos distinguir a ténue fronteira entre o que é legal e o que é ético nesta situação? A narrativa muda de personagem para personagem de modo que o leitor pode escutar as vozes dos diferentes membros da família, assim como do advogado e da tutora ad litem, destacada pelo tribunal para representar Anna.

A Minha Leitura "Para a Minha Irmã"

Acabei de ler o livro "Para a Minha Irmã" de Jodi Picoult, digo-vos sinceramente que foi umas das obras que li que mais me tocou.
A temática deste livro centra-se na procriação assistida, com o recurso à biotecnologia, para gerar um bebé (a Anna) 100% compatível com a irmã Kate, que sofria de uma leucemia muito agressiva, para a poder salvar.
Então a Anna foi sempre considerada como sendo um «banco» de sangue, plaquetas, medula óssea etc.
Durante a sua vida foi picada, espremida, sugada, sem que nunca tivessem em conta que também ela sofria, que era uma pessoa com direitos e vontades, que deviam ser respeitados, e que precisava ser amada, acarinhada como criança que era.
Quem é mãe ou pai tente colocar-se na pele desta família, que sofre ao ver a filha definhar-se a cada dia que passa e a morte à espreita, o filho Jesse não passa de um jovem rebelde e inconsequente, e a Anna a lutar na justiça pela sua liberdade, e quando esperamos um desfecho inevitável, levamos como que um soco no estômago e pensamos.
- Para que nasceu a Anna?
- Será que valeu a pena?
Este livro existe na Biblioteca da nossa Escola Secundária Severim de Faria, pode ser requisitado, eu recomendo a sua leitura, depois deixem aqui a vossa opinião sobre ele.

Maria da Conceição Saraiva Roxo Orvalho

quarta-feira, 5 de novembro de 2008




Resposta ao desafio, colocado nos comentários de "Cinema - ciclo Paul Newman"


Paul Newman nasceu a 26 de Janeiro de 1925 em Cleveland, Ohio, EUA. Era um dos actores e realizadores mais conhecidos em Hollywood.
Morreu aos 83 anos vítima de cancro, no dia 26 de Setembro de 2008, em Westport, EUA.


Em toda a sua vida apareceu em cerca de 60 filmes.
O actor era também piloto de automóveis, esteve na Marinha durante a II Guerra Mundial e ajudou a família no negócio que tinha em artigos desportivos, após a morte do pai, antes de alcançar a carreira que lhe deu fama.
Foi casado mais de 50 anos com a actriz Joanne Woodward.
Tinha uma paixão por corridas de automóveis. Em 1979, esteve mesmo próximo de ganhar a mítica prova das 24 horas Le Mans , ao levar um Porshe 935 ao segundo lugar.





Filmes em que participou:


Gata em tecto em zinco quente
O mercador de almas
Desafio à corrupção
Butch Cassidy
Golpe do mestre
A cor do dinheiro
O veredito
Estrada para a perdição







Évora, 5 de Novembro de 2008



Daniela Costelas nº4 10º CT2
Diana Gamboa nº7 10º CT2

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Caros amigos da Biblio,

Esta semana, nos 5 Dedos de Conversa, vamos recordar a Odisseia.

De Homero , a Camões... até à actualidade...

Deuses, ninfas, monstros de um só olho, guerreiros, amor e coragem são sempre temas de todos os dias...

Ao virar da esquina

Ao virar a esquina, nunca sabemos se vamos voltar a virar aquela mesma esquina. Quando viramos costas a alguém, não sabemos se vamos voltar a ver essa pessoa. A vida é tão incerta, e vivemos sempre como se houvesse um amanhã. Mas um dia deixa de haver o amanha, e hoje pode ser hoje, um hoje sem amanhã. Não existe o passado nem o futuro, existe apenas o hoje, o agora. Então porque deixamos tantas reticências?
Então porque deixamos tanto por dizer?
Simples, porque vivemos com a ideia pré-concebida que vai haver um futuro, um amanhã. Na realidade ele não existe, e na realidade não sabemos e não podemos afirmar que vai haver. E deixamos tanta coisa passar por nós, e perdemos tantas oportunidades pensando que um dia podemos voltar atrás.
Se não houvesse um amanhã, e houvesse apenas o hoje, o agora. O que farias?
Então faz, porque pode não haver um amanhã, nem um depois.

Daniela Parra, 19 – 08 – 2008

A Daniela foi até há alguns meses aluna desta escola. Sempre participou com os seus textos na revista Khatársis.

A História Interminável de A a Z de Michael Ende.

Olá, sou o Tiago Clariano, da turma de Línguas e Humanidades do 10º ano. Segui a sugestão da minha professora de Língua Português, apesar de já ter ouvido falar deste blog e decidi escrever. Já escrevo num blog desde Março deste ano e tenho-o utilizado muito como um diário. Escrevo lá letras de músicas que me tocam quando as oiço, livros que estou a ler, crónicas semanais, coisas que se passam comigo e muitas vezes desabafos.Como este é o blog da biblioteca, decidi falar de um livro que me tocou muito e estou a pensar apresentar em Língua Portuguesa no 2º período,
A História Interminável de A a Z de Michael Ende.

O livro trata da história de um rapaz chamado Bastian Bux que rouba um livro de um alfarrabista(um vendedor de livros antigos) e falta ás aulas para o ler. Tal livro é dito envolver tanto as pessoas que o leem que por vezes as absorve lá para dentro. O rapaz lê o livro numa arrecadação da escola. Então, o livro começa a relatar a história de dentro do livro que por sua vez tambem se chama A História Interminável. A história do livro é sobre um país que se encontra sob ameaça de um mal chamado o Nada que transforma em nada tudo o que toca. As pessoas que olhavam para o nada ficavam cegas por momentos e quando voltavam a olhar para outro lado, voltavam a ver. Então, começa a demanda de Atréju, a personagem principal do livro que irá em busca de uma forma de curar a Imperatriz Menina que se encontra doente devido à aparição do Nada. Durante as desventuras de Atréju, Bastian começa a entrar no livro e quando grita, o livro narra os seus gritos, quando chora, o livro narra a sua tristeza. Atréju encontra, no meio da sua demanda, um dragão conhecido por Dragão da Sorte ou Fuchur. O dragão transporta Atréju para onde quer que ele deseje e, no fim, Atréju não consegue curar a Imperatriz mas descobre que tem de encontrar uma criança humana que lhe mude o nome. Como Bastian não percebe que é ele que tem de mudar o nome da imperatriz, ela encontra-se com um velho que está a escrever uma história desde o início dos tempos. E ela pede-lhe que lhe conte a história.Então, o velho começou a contar a história de Bastian quando roubou o livro e foi para a arrecadação da escola para ler. Bastian estava confuso, não podia ser ele. Bastian lá acreditou e entrou no livro. Salvou Fantasia e tornou-se o Imperador Menino. Como imperador, tinha direito a desejar tudo o que quisesse, de forma a criar um mundo novo, uma nova Fantasia.Ao fim de muitos desejos, Bastian começou a esquecer-se da sua vida de antes do livro. Atréju tentava avisá-lo mas Bastian não acreditava.
Não vou contar o fim. Seria estragar o prazer de ler uma grande obra. Ri e chorei muito com este livro, aprendi imenso com ele e recomendo-o a toda a gente que se deu ao trabalho de ler este texto.

(Re) Descobrir Évora

Percursos e histórias da História.

Guia: Professor Manuel Branco

Público alvo: alunos, professores, turistas…

Organização: Escola Secundária Severim de Faria e Departamento de Física da Universidade de Évora

Data do 1º passeio: 22 de Outubro de 2008

A História foi varrendo o Largo da Graça, largo que nem sempre (possivelmente) o terá sido. Aquilo que se vê hoje foi, ao longo dos séculos, fruto de criações e recriações, pela mão sempre sonhadora e inovadora do Homem. Se de início existia apenas uma pequena igreja de culto público, com a fundação (em 1512) do Convento da Ordem de Santo Agostinho, os frades foram adquirindo casas de particulares, apropriando-se do actual quarteirão, e estendendo o pequeno mosteiro até este ser um grande convento, completo em 1546.

Deste conjunto (Igreja e actual Messe dos Oficiais), apenas a fachada da Igreja foi classificada como Monumento Nacional. Esta fachada quase profana foi, ao longo dos anos, palco para a criação de lendas à volta dos “meninos da Graça” que de graciosidade pouco têm. Representarão os 4 cantos do Mundo? Descerão do topo para passearem pela cidade na 1ª noite de lua cheia de Agosto, como reza a voz popular?

À parte a voz popular, certo é que a fachada é quase um cenário de teatro, devido àqueles seres misteriosos e a outros elementos desarticulados que por lá parecem ter sido colados ao acaso. No entanto, “este critério de não ter critério”, esta teatralidade tem um nome bem preciso: Maneirismo. E, ainda, algumas inovações, como a existência de dois frontões na mesma fachada, as duas pequenas colunas a ladear a janela central, o avanço do coro alto no alpendre.

O interior da igreja é uma nave única, ampla, destacando-se, no altar, as janelas de mármore quase alabastro e os motivos geométricos. Outros elementos que ali pertenceram, fazem agora História noutros locais da cidade, como o altar (agora em S. Francisco) e o túmulo de D. Afonso de Portugal (no Museu de Évora).

Completamente distinta da Graça, é a Igreja da Misericórdia, um monumento dedicado a obras de misericórdia, facto visível nas histórias dos seus azulejos e pinturas.

Logo à entrada (do lado esquerdo, entrada naquele tempo destinada aos homens), no quadro de azulejos, as histórias de S. Paulo e S. Antão. O primeiro, inimigo da fé até bem tarde, converteu-se já velho ao Cristianismo. A mensagem é óbvia: por mais velho que se seja, é sempre tempo para se ser cristão. S. Antão faz-se acompanhar de uma porca que ele teria permitido entrar na Casa de Deus, como que a dizer que todos são bem-vindos.

Do lado direito, uma leitura menos simpática e abonatória para o sexo feminino, já que a história de uma das santas (Santa Taís) narra a vida de uma prostituta egípcia que se converteu ao catolicismo, despojando-se para isso de todos os seus bens materiais. “Tantas histórias, quantas perguntas…”

O vento e o frio varriam o largo da Misericórdia, mais histórias ficarão para Novembro, numa outra tarde também ela à espera de perguntas e de mais palavras sobre histórias da História.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

"Toca a falar"

“Toca a Falar”

No âmbito do Curso de Acção Social eu e as minhas colegas estamos a desenvolver um projecto para a realização de um Fórum a nível distrital que junte alunos e professores dos Cursos profissionais que estudam Animação Sócio-Cultural.
Este fórum realizar-se-á no início do terceiro período, no auditório da Direcção Regional de Educação do Alentejo, e com ele pretendemos debater a problemática do ensino destes cursos e saídas profissionais.


As alunas do 12º ano do Curso Tecnológico de Acção Social,

Ana Silva
Ana Coelho
Sofia Bonito
Telma Grilo

sábado, 1 de novembro de 2008

A árvore




Se lerem A Árvore, de Sophia de Mello Breyner Andresen, poderão viajar até terras distantes, e perceberão que os orientais têm muito que nos ensinar…
Vou revelar-vos parte da história para despertar a vossa curiosidade:

Havia uma árvore muito grande, numa pequeníssima ilha do Japão. Era muito bem tratada e admirada ao longo dos tempos. Os Japoneses orgulhavam-se dela.
No entanto, surgiu um problema: cresceu tanto que tirava a luz a metade da ilha. Isso provocava tristeza, humidade, constipações…
As pessoas questionavam-se sobre o que deviam fazer. Houve uma reunião para a população decidir como agir face a este problema. A decisão foi dolorosa: tinha de ser cortada. No seu lugar, plantaram cerejeiras, árvores que nunca crescem muito.
Como depois de cortada, a árvore ocupava muito espaço, desfizeram-na e fabricaram objectos para recordação. Apenas restou o tronco. Não deixaram os viajantes ficar com ele e construíram um barco enorme, muito bonito. Quando ele foi lançado ao mar, realizaram uma festa.
A partir daí, a vida daquele povo melhorou bastante. Graças àquele barco, navegavam de ilha em ilha e negociavam; davam grandes passeios…Com o passar do tempo, as cerejeiras cresceram e passaram a celebrar a festa da cerejeira em flor. Esta era muito animada, tinha canções, malabarismos, comida e bebida.
Muito tempo a vida decorreu com alegria. Porém, ainda recordavam, com saudade, a velha árvore.
Os anos passaram. E um dia uma desgraça aconteceu: a madeira do barco estava a apodrecer. Então, foram às ilhas vizinhas comprar madeira e construíram outro barco. Depois, aproveitaram o mastro do barco velho e fizeram com ele uma guitarra japonesa.
Quando um músico a experimentou, o povo ouviu uma voz que dizia...

Pois é, gostavam de saber o final, não é? Mas eu deixo-vos no suspense.
O que vos posso adiantar é que é um conto comovente que cativa o leitor. Não conseguimos parar de o ler.
Parabéns à autora. Sabem que ela começou a inventar histórias para distrair os seus filhos quando eram pequenos e estavam com varicela ou sarampo? Um dos sortudos foi o Miguel Sousa Tavares. Sim, esse mesmo, o que vemos na televisão a fazer comentários políticos e que também é escritor. Também gostei muito de O Planeta Branco. Filho de peixe…

Miguel Ferrão/7ºD

A futura biblioteca

Hoje houve uma reunião com a empresa pública Parque Escolar.
A futura biblioteca da escola vai ficar num lugar central do edifício, no actual auditório, antigo ginásio. Um espaço maior, amplo, com dois andares, com muito mais luz e possibilidade de acesso aos pátios.
Mas atenção! Pareceu-me que a decisão dependeu também do facto de os projectistas terem verificado que a actual biblioteca era frequentada por muitos alunos. Tudo o que for feito daqui para diante depende de todos.

Por favor, mandem textos para este blogue. Assim construiremos uma nova biblioteca.
João Simas

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

A Perfeição

A propósito do testemunho de João Simas sobre a sua leitura da obra de Homero Odisseia, ocorreu-me o conto A Perfeição, de Eça de Queirós, pelo qual sempre tive um enorme fascínio e que revisito amiúde.


JENNY refere:
Ao escrever: “ Mais ou menos todos os livros contêm, medida, a fusão de qualquer repetição”, Mallarmé sublinha um fenómeno que, longe de ser uma particularidade curiosa do livro, um efeito de eco, uma interferência sem consequências, define a própria condição de legibilidade literária. Fora da intertextualidade, a obra literária seria muito simplesmente incompreensível, tal como a palavra duma língua ainda desconhecida.
É, então, o texto do grande Homero, qual palimpsesto, que emerge no conto de Eça, A Perfeição. Diz Charles Péguy: «Não há nada tão puro como Homero…Ele é o maior. É o mais antigo. É o patrono. É o pai. É o mestre de tudo.».
Coloca-se a questão de como teve Eça de Queirós acesso ao texto. Ora, na realidade, apesar de ter escrito todo o conto A Perfeição com base no Canto V da Odisseia, Eça conheceu a obra de Homero pela tradução do grande mestre do parnasianismo francês Leconte de Lisle, que em 1868 publica a Odisseia.
Ulisses, herói mítico grego, por outros também celebrado, por exemplo, Camões, no Canto II d’ Os Lusíadas, aludindo explicitamente, ao texto homérico: «Que se o facundo Ulisses escapou/ De ser na Ogígia Ilha eterno escravo», ou, no Canto III da mesma obra, recuperando o mito de que o herói teria aportado no rio Tejo e aí fundado uma cidade com o seu nome: Olisipo, ou seja Lisboa: «E tu, nobre Lisboa, que no mundo/ Facilmente das outras és princesa, / Que edificada foste do facundo/ Por cujo engano foi Dardânia acesa», mito este que a segunda estrofe do poema «Ulisses» da obra pessoana A Mensagem é reavivado, em intertexto com o anteriormente citado, sendo o deíctico referente ao lendário Ulisses: «Este, que aqui aportou, / Foi por não ser existindo. / Sem existir nos bastou. / Por não ter vindo foi vindo/ E nos criou.» irá dar mote ao conto de Eça.
No conto A Perfeição, Ulisses é-nos desde logo apresentado através de um superlativo: «o mais subtil dos homens», que o instauraria numa posição de supremacia, não fosse porém a atitude passiva, a figura da melancolia que o mesmo patenteia:
«Sentado numa rocha, na ilha de Ogígia (…) numa escura e pesada tristeza…». A «paz e beleza imortal» condicionam o herói que «amargamente gemia». Na verdade, circunscrito num espaço que não lhe permite o regresso, Ulisses lamenta também, no primeiro capítulo, a anulação das características de herói que lhe eram próprias: «(…) E ao herói, que recebera dos reis da Grécia as armas de Aquiles, cabia por destino amargo engordar na ociosidade de uma ilha mais lânguida que uma cesta de rosas…».
Irá ser a ordem de Zeus (segundo capítulo) transmitida por Mercúrio que permitirá a Ulisses ser novamente dotado do seu poder de agir, perdendo o carácter de semi-deus inactivo e readquirindo o estatuto de herói humano.
Nos capítulos terceiro e quarto, Ulisses irá agir sobre a ilha, transformando-a, já que dela extrai matéria para a sua jangada. Por outro lado, agirá também sobre Calipso através dos diálogos, menosprezando-a e apresentando-lhe um ideal de vida a que ela e a sua ilha são totalmente alheios. À degradação, sucederá a euforia, a excitação, que tanto serão sentidas pelo herói, como despoletadas pelo mesmo, na deusa, nas ninfas, na natureza.
Este texto afirma-se pelo questionar da validade do próprio estatuto da perfeição, valorizando-se a humanidade, aquilo que é susceptível de falhar, a mortalidade, através de um discurso erótico assumida e intencionalmente irónico, que define Eça. Assim se justifica a última frase do texto, em guisa de conclusão: «(…) partiu para os trabalhos, para as tormentas, para as misérias – para a delícia das coisas imperfeitas!»
O conto A Perfeição remete-nos para a apologia do imperfeito, do que seduz pelas suas arestas a limar, qual diamante em bruto, por lapidar. No fundo, é o universo dos homens, imperfeito, que é sobrevalorizado, a lembrar o «Cântico de Humanidade», de Miguel Torga:
«Hinos aos deuses, não./Os homens é que merecem /Que se lhes cante a virtude./Bichos que lavram no chão,/Actuam como parecem,/Sem um disfarce que os mude./ Apenas se os deuses querem/Ser homens, nós os cantemos./E à soga do mesmo carro,/Com os aguilhões que nos ferem,/Nós também lhes demonstremos/Que são mortais e de barro.
Com um referente cujo pendor fantástico assume grande pertinência, centrado num exercício de reescrita, a partir da obra de Homero, o conto de Eça vai mais além que o hipertexto, auto-revelando-se e oferecendo ao leitor inúmeras possibilidades de fruição daquilo a que Ernesto Guerra da Cal designa por «mórbida volúpia dos sentidos».
A ficção, o pormenor, o fetiche, a ambivalência entre a vida e a morte, a ordem e o caos são tópicos que ajudam a tecer o discurso erótico consolidado através de um estilo emblemático, a que não é alheio o culto pela beleza formal, procurada através do contraste, da metáfora, da comparação, da repetição, da utilização de substantivos helénicos, da escolha cuidada e, frequentemente, inusitada, do adjectivo, do advérbio, ou do verbo, entre outros.
A sedução constante para a «perfeição» ou para a «delícia das coisas imperfeitas», dicotomia sempre presente, alicia-nos, através de uma sensibilidade sensorial, obsessiva, próxima da «neurose sexual» (?) como pretendia João Gaspar Simões.
Rendidos, é tempo de êxtase…


Ana Paula Ferrão

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A Odisseia











A
Odisseia



Comecei a ler a Odisseia, através de uma espécie de banda desenhada, andava ainda eu na escola primária.
Encantavam-me aquelas histórias do “astuto” Ulisses que conseguiu acabar com a guerra de Tróia, com a artimanha de um cavalo que parecia a imagem de um Deus e que levou a que os troianos o levassem para dentro da cidade, fizessem uma festa e dessem a oportunidade de Ulisses e os seus companheiros entrarem no terreno do inimigo, quando este estava meio adormecido depois da festa.
Ou aquela cena do gigante Polifemo, com as suas gigantes ovelhas, e um só horrível olho na testa, e que comia a carne dos homens na sua gruta, mas que Ulisses também conseguiu vencer.
Ou aquela bonita e terrível feiticeira, Circe, que transformava os homens em lobos, leões e porcos mas que se encantou por um homem real que de vez em quando falava com os deuses e não se esquecia da liberdade de pensar e agir.
Ou … as sereias, os monstros, o cão fiel, o cão do inferno com várias cabeças, Penélope, Nausicaa …

Ainda hoje leio a Odisseia com prazer. Ainda hoje me faz pensar e sonhar.
João Simas

Prémio Camões 2023

Professor Universitário, ensaísta e tradutor,  João Barrento   é o vencedor da 35.ª edição do Prémio Camões, pelo conjunto da obra. De aco...