sexta-feira, 22 de julho de 2011

Escolher ou tomar opções (1)


Uma questão essencial da cidadania é escolher ou tomar opções de uma forma racional, o que depende da informação, da clareza ou fidedignidade das informações, da reflexão e  de … algum risco! Se tudo fosse só facilidades, se a culpa fosse sempre dos outros, até poderia parecer um paraíso, mas também uma seca, um tédio.
É fundamental escolher e continuar aquilo que escolhemos, tomar o nosso futuro nas mãos, mesmo que sejamos mais novos ou mais velhos.
Vem isto a propósito das opções nas escolhas dos cursos, para a universidade ou ensino politécnico, nas escolhas no ensino secundário.
É  fundamental  saber o que queremos. E a resposta tem que vir de nós próprios e não apenas do que outros nos mandam fazer, por mais úteis (e muitos são) os conselhos.
Infelizmente, ou talvez felizmente, não prevemos o futuro com certezas. Mas há indicadores: muitos cursos podem até ter o mesmo nome, mas podem ser diferentes na qualidade. Informemo-nos. Há cada vez mais informação seja em papel ou na Internet. Informemo-nos sem preconceitos, pedindo ajuda se for preciso.
Há quem desista à partida por razões económicas. É de pensar mais que uma vez. Porque também há bolsas de estudo e, se for preciso, também se pode ganhar algum dinheiro fazendo uns trabalhos durante o Verão. Não se pode é desistir.
Há também quem desista porque não sabe se vai arranjar emprego naquilo de que gosta. Só que daqui a 3, 5, dez anos o mundo vai ser diferente, e se todos forem para o mesmo lado certamente aí é que vai haver desemprego. Há áreas que já tiveram sucesso no passado, outras que ainda têm, outras que deixaram de ter. O melhor é ser bom naquilo que queremos. Escolher um curso, uma opção de que não gostamos pode ser meio caminho para o insucesso... Até os dados estatísticos provam isso. O ano de maior insucesso escolar no ensino secundário é o décimo ano; o ano de maior insucesso no ensino superior é o primeiro ano. Muito desse insucesso se deve a más escolhas em termos pessoais.
Não podemos ir só atrás dos outros nem tomar decisões precipitadas. Mas se houver dificuldades no caminho, também temos a possibilidade de virar para outro lado. Nada é irreversível.

João Simas

Prémio Camões 2023

Professor Universitário, ensaísta e tradutor,  João Barrento   é o vencedor da 35.ª edição do Prémio Camões, pelo conjunto da obra. De aco...