quarta-feira, 11 de março de 2009

Livros


Título da Obra: Queimada Viva

Autora: Souad

Editora: Círculo de Leitores

Souad era uma rapariga que vivia numa pequena aldeia da Cisjordânia e era tratada como uma escrava pelos pais.

Ao apaixonar-se tudo mudou, pois com medo de perder o homem que amava Souad fica grávida pensando que era aquele o homem dos seus sonhos, já que toda a vida tinha sonhado em casar. O seu futuro ficou traçado após os seus pais terem descoberto a gravidez, algo intolerável antes do casamento. É então condenada a uma sentença de morte “encomendada” a Hussein, o seu cunhado, a quem cabe regá-la e puxar-lhe fogo de forma a por termo à sua vida, mas Souad consegue escapar ficando com queimaduras de terceiro grau em noventa por cento do seu corpo.

Souad, grávida e com dezassete anos, é então internada num hospital onde é deixada a morrer pelos médicos que nada fazem senão aumentar a sua agonia, tentando até sua mãe envenená-la. Pouco depois, Souad dá à luz um rapaz que lhe é tirado à nascença e que só quando conhece Jacqueline, uma voluntária europeia, volta a ter nos braços. Jacqueline promete tirá-la daquele lugar e levá-la para a Europa.

Já na Suíça, Souad é tratada e fica ao cuidado de uma família de acolhimento. Sem condições para criar o seu filho Marouan e com a intenção de começar uma nova vida, Souad autoriza o casal que os acolheu a adoptar Marouan quando este tinha cinco anos.

Posteriormente Souad arranja um emprego e volta a apaixonar-se, desta vez por Antonio. Com esta paixão, surge o tão desejado casamento entre os dois, do qual nascem Laetitia e Nadia.

Durante vinte anos apenas contacta com o filho três vezes, mas um dia, quando Jacqueline lhe propõe que conte a sua história num livro, Souad apercebe-se que tem que falar com Marouan, pois a sua vida também vai ser retratada neste livro. Combina então um encontro onde este conhece as suas duas irmãs e no qual Souad conta tudo o que ele nunca soube. No final Marouan escreve uma carta à mãe a dizer que desde que a reencontrou, começou uma nova vida.

Aconselharia este livro pois trata-se de uma excelente obra, que retrata a sociedade actual de países como a Cisjordânia, em que o crime de honra é praticado naturalmente e sem consequências para quem o pratica.

Ana Souto

Nº 2 – 11º CT1

1 comentário:

Anónimo disse...

Na minha opinião este é sem dúvida alguma um livro que vale a pena ler, nem que seja pelo enriquecimento cultural que contém ao longo da sua história. Faz nos pensar...É realmente viciante.


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