sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Memória


Lembro-me do dia em que soube que ia ter o meu terceiro irmão como se fosse hoje.
Fiquei indignada com a situação, as perguntas surgiam sem quê nem para quê. "Mas será que os pais não se cansam de filhos?", "Vai ser chato?", "Rapaz ou rapariga?", ... Achei que mais uma vez ia ficar para trás, não me iam dar tanta atenção porque era um bebé e precisava de cuidados especiais, sempre as mesmas justificações.
De todas as vezes que uma notícia deste género me era dada, não achava piada nenhuma, muito pelo contrário e, desta vez não foi excepção. Chantageei a minha irmã para se aliar a mim e protestarmos contra esta ideia, mesmo que a criancinha já estivesse "na barriga da mamã" e ela assim o fez. Como eu já sabia escrever, cortámos montes de papéis e escrevi frases do tipo "Nunca vou gostar dele", mesmo mazinhas!... Os pais não acharam gracinha nenhuma à brincadeira, e fomos sujeitas a um discurso...
Hoje, arrependo-me do que fiz, mas também acho normal este tipo de ciúmes, gosto muito do meu Miguinhas, apesar de chato, eléctrico e reguila é a grande alegria lá de casa!


Maria Inês Correia Porto Neves de Carvalho, 10ºCT2

1 comentário:

Anónimo disse...

Tenho 7 irmãos, sómos 5 raparigas e 2 rapazes.
Cada vez que nascia mais um, era uma alegria para todos nós, dizíam-nos que era um avião que os trazia, assim sempre que víamos um avião, pedíamos-lhe mais uma menina.

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